quarta-feira, 25 de julho de 2012

O baú no sotão.

Há duas coisas que faço incondicionalmente quando entro em casa de alguém pela primeira vez. A primeira é perguntar onde estão os cães, gatos ou outros animais. A segunda é : "Posso ir ao sótão?"
Porquê? Porque o sótão é a alma e o coração da casa, é onde encontro, quase sempre, um baú, e nesse baú há memórias, lembranças, recordações e objectos do passado. E gosto de tudo o que tenha uma história para contar, e por norma, nesses sótãos que visito, descubro um tesouro escondido que me é oferecido, porque as outras pessoas não vêm o mesmo que eu. E ainda bem que é assim, caso contrário, não me dariam os achados. Mas, isto tudo para dizer que, por vezes, consigo sentir as mesmas sensações de descoberta ao entrar numa loja, porque esta parece um sótão, e porque vende objectos com alma e personalidade, um look retro, ou vintage e têm ar de terem saído do armário da minha a avó. Assim que olhei para as chávenas, a minha memória fez um salto ao passado, e recordou-me as tardes de 4ª feira que passava em casa da minha avó materna, em que ela recebia as amigas na hora do chá, e que da cozinha emanava um cheiro a tarte de damasco, a chá com canela e a "madeleines" de alfazema e rosa. Fiquei deslumbrada com estas tijelas e chávenas, e como tal, não consegui resistir e levei-as para casa, onde convivem alegremente com outros objectos cheios de ares do antigamente, prontas a criar novas memórias e recordações. E quem sabe se daqui a uns anos, os meus netos vão ao sótão da avó, e encontrarão um baú, de onde irão tirar todos os tesouros acumulados por mim ao longo dos anos, com  o único objectivo de ter criado memórias para mais tarde recordar.




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